Uma cuidadora brasileira no Japão





Minha chegada aqui no japão no foi fácil, como de todo estrangeiro que deixa seu país, em busca de melhores condiçoes de vida. Vim para cá achando que trabalharia em fábricas, mas tive a grande sorte de conseguir trabalhar no ramo que gosto, ou seja lidar com seres humanos. Fiquei sabendo deste serviço , fiz meu curriculo e  corri para esta instituiçao , mesmo sabendo que seria dificil, pois não sabia me comunicar com ninguem em japonês.
Tive a grande sorte de passar na entrevista e fui contratada. Encontrei  pessoas preconceituosas, sim, como todo estrangeiro deve encontrar, chorei muito, sofri  por que me deparei com pessoas frias. Minha vida não foi um mar de rosas , mas superei.  Também encontrei pessoas boas que me ajudaram e me ajudam até hoje. A minha chefe é uma pessoa fantástica , que me ajuda muito e até mesmo em situações que não fazem parte do trabalho.  Diria que ela é uma segunda mãe ou uma irmã, pois não tem idade pra ser minha mae e muito nova ainda , acima de tudo, a respeito muito, adimiro muito o seu profissionalismo e sua inteligência. Ela, para mim, sempre será uma pessoa especial !
Bom, a cultura japonesa é diferente de tudo que conheci antes no Brasil. A  alimentação é outra , por exemplo. Quando os vi pela primeira vez, me assustei com a estatura deles , são de estatura baixa muito diferente daquilo que somos acostumados a ver no Brasil. Hoje, se completam 2 anos que estou na batalha aqui; ainda enfrento vários problemas, pois não sei o idioma fluente e a comunicação pra mim é o que mais pesa e se torna difícil.  Adoraria poder entender o idioma e poder trabalhar com mais segurança e tranquilidade e estou me esforçando.
Aqui, no Japão, acredito que o relacionamento entre os idosos e os filhos não mudam em relaçao ao Brasil. O que mais me surpreende, desculpem-me a maneira como vou me expressar, afinal sou brasileira e não estou desfazendo do meu pais - amo minha pátria. A maneira como os japoneses estudam as demências e fazem cursos ,  treinamento  e se empenham em fazer tudo que venha ser bom no dia-a-dia dos idosos é fantástico. A maneira como pensam,é de se tirar o chapéu,  como diz o velho ditado!!
Acredito que, vendo tudo isso, é que resolvi estudar  Serviço Social. Adoro estudar e quero aprender a desenvolver projetos , que venham fazer da velhice uma nova etapa da vida com tranquilidade, conforto e alegria, independente da doenças que os idosos  venham a ter. É uma questão que precisa ser pensada e com detalhes, pois todo ser humano nasce , cresce , se reproduz , envelhece …… E depois da velhice, infelizmente e só a partida. E  após se reproduzir e antes de partida, quero aprender bastante e dar o máximo de mim, para poder fazer da velhice uma nova e boa etapa da vida. Afinal, também vou me tornar idosa e até lá, quem sabe, várias pessoas não mudaram seus conceitos  e maneiras de pensar !
Não faço à ninguém, o que não gostaria que fizessem comigo. E tudo que eu faço aos  idosos  que cuido, espero que façam comigo, quando eu estiver na idade deles !
Ana Paula de Freitas Yoshioka - Cuidadora de idosos brasileira, trabalhando no Japão –  e-mail: pauladefreitas1@hotmail.com
Fonte:http://www.cuidardeidosos.com.br/

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