Idosos tomam remédio por conta própria



Estudo feito pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP (Universidade de São Paulo) de Ribeirão Preto com mil idosos revelou que 30,9% deles tomam remédios por conta própria sem a orientação de um profissional de saúde. Ao fazer isso, os idosos correm mais risco de sofrer efeitos colaterais, problemas de saúde e prejudicar a ação dos outros medicamentos.
O tipo de remédio que o idoso mais consome por conta própria é o anti-inflamatório, segundo o farmacêutico André de Oliveira Baldani, autor da pesquisa.
- Eles se medicam mais por causa de dores, principalmente nos ossos ou nos músculos. Por isso, tomam muitos anti-inflamatórios e analgésicos.
O maior perigo dos anti-inflamatórios, segundo Baldani, são as interações medicamentosas.
- Esses remédios aumentam a pressão arterial e podem causar úlcera gastrointestinal e problemas renais. Isso aumenta as chances de o paciente se internar.
De acordo com a médica Silvia Pereira, presidente da SBGG (Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia), o anti-inflamatório é a droga mais perigosa para os idosos e pode levar a outro problema: a chamada “cascata da prescrição”.
- Ele toma um remédio pra dor e então sente náusea. Aí ele toma um pra náusea, mas sente o fígado. Daí ele tomo outro remédio. E por aí vai.
Para diminuir essa quantidade de remédios, Silvia afirma que os idosos precisam procurar alternativas. Para dor, por exemplo, uma compressa de água quente pode ser melhor que um anti-inflamatório. Se a pessoa tem pressão alta, é melhor evitar sal, o álcool e perder peso se quiser ficar longe dos remédios. Para a insônia, em vez de tomar um ansiolítico que ajude a dormir, a solução seria criar condições adequadas para o sono, que vão desde exercícios físicos até um ambiente silencioso e escuro.
- Ao invés de tomar remédio, procure algumas alternativas. Mas há casos em que não é possível ficar sem remédio. Por isso, o melhor sempre é procurar um médico especialista.
Segundo o médico geriatra Clineu Almada Filho, da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), os remédios sempre podem ser questionados. Mas existem dois pilares de sucesso que não mudam: estar dentro de peso adequado e manter atividade física regular.
- Os exercícios melhoram o rendimento cardíaco, a oxigenação dos tecidos, a capacidade pulmonar, libera endorfina (que causa bem-estar), diminui tecido gorduroso e melhora a massa muscular.
Extraído de: http://noticias.r7.com/saude/noticias/30-dos-idosos-se-arriscam-e-tomam-remedio-por-conta-propria-20110205.html

O que fazer para trabalhar na área de gerontologia?




Dúvidas sobre a formação, mercado de trabalho, remuneração, agora é o momento de esclarecê-las.
Se você já pensou em atuar na área de Gerontologia – ciência que estuda o envelhecimento humano em todas as suas vertentes e especificidades – mas tem algumas dúvidas sobre a formação, mercado de trabalho, remuneração, agora é o momento de esclarecê-las. Seguem algumas informações úteis sobre o assunto.
Onde e o que estudar?
O local onde estudar vai depender do que a pessoa pretende cursar, se é uma graduação ou pós-graduação. Vamos às explicações de cada uma delas:
1) Graduação em Gerontologia: a graduação em Gerontologia é um curso novo. O primeiro curso do Brasil se desenvolveu na Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP (EACH, conhecido como USP-Leste), que já formou uma turma de bacharéis em Gerontologia. O segundo curso se desenvolve na UFSCar (Universidade Federal de São Carlos).
A Pontifícia Universidade Católica de São Paulo também está tramitando a implantação de uma Graduação em Gerontologia. No programa consta que a questão da longevidade tem-se imposto na pós-modernidade não só porque se vive mais, como também se vive mais tempo na velhice.
Importante dizer que a pessoa que faz a graduação em gerontologia sai com o título de gerontólogo.
Já no programa da UFSCar, os profissionais saem com uma formação generalista na área de Gerontologia, humanista, crítico e reflexivo. O profissional é capacitado para atuar na gestão da velhice saudável e da velhice fragilizada, pautado em princípios éticos e informações científicas em relação à saúde do idoso; é preparado para atuar em contextos multiprofissionais e multidisciplinares na perspectiva da gestão de diferentes questões que surgem individual e coletivamente na velhice; e é capaz de compreender, criar, gerir, desenvolver e avaliar formas de apoio ao idoso e seus cuidadores, familiares e profissionais.
Mercado de Trabalho
Esta área é muito promissora, os profissionais de gerontologia, além de atuarem em hospitais, ambulatórios, unidades básicas de saúde e escolas, podem trabalhar em programas/serviços de assistência domiciliar, instituições de média e longa permanência, hospitais, centros-dia e centros de convivência, bem como atuar na formação de uma rede formal de orientação, acompanhamento e apoio a cuidadores de idosos.
O papel do gerontólogo nestes serviços será desempenhar a função de gestor, já que na prática sentimos falta de uma pessoa que administre estes serviços, com um conhecimento sobre a realidade do envelhecimento, da velhice e do idoso. O que observamos são pessoas com muito boa vontade, gerindo estes serviços, mas sem a devida preparação e muitas vezes reproduzindo preconceitos.
Além da área da saúde especificamente, os gerontólogos poderão atuar na área cultural, turística e educacional.
2) Pós-Graduação em Gerontologia. Existem duas formas de pós-graduação:

a) Lato-sensu: é aquela que ao final do curso o aluno recebe a titulação de especialista. É voltada para a prática profissional e também possui conteúdos direcionados para a docência. Quem tem este tipo de especialização já pode ministrar aula no ensino superior, mas isto depende da faculdade, algumas ainda aceitam especialistas para dar aula, além dos mestres.
A especialização lato-sensu precisa ser reconhecida pelo MEC e ter no mínimo 360 h. Quanto à especialização na área do idoso/terceira idade, indico a especialização em gerontologia, ao invés da especialização em geriatria, pois esta segunda é apenas voltada aos aspectos biológicos, já que geriatria é a área que estuda as doenças e aspectos físicos do envelhecimento. Já a gerontologia é a área que estuda o idoso em suas várias dimensões (biológica, psicológica, social, filosófica, cultural, enfim, é uma área mais abrangente e se o profissional já é da área da saúde, a gerontologia sem dúvida ajuda a ampliar a visão interdisciplinar.
Quanto aos locais, existem vários, mas o ideal é que se faça sempre em uma instituição conceituada, pois com isto a pessoa tem a possibilidade de ter aula com ótimos professores, renomados e bem qualificados em suas áreas, fazer novos contatos, o que pode abrir muitas oportunidades futuras.
b) Pós-graduação stricto sensu: esta pós-graduação tem duas modalidades, o mestrado com duração de aproximadamente dois anos e o doutorado, com quatro anos.
Quanto ao mestrado, existem atualmente cinco mestrados no país, a saber:
- PUC-SP, com enfoque sociocultural (este é o que faço);
– UNICAMP (Campinas/SP), com enfoque na área biomédica;
– PUC-Rio Grande do Sul, também com enfoque biomédico;
- UcB (Universidade Católica de Brasília), com enfoque na qualidade de vida;
- UPF (Universidade de Passo Fundo), recém implantado, com enfoque nos aspectos epidemiológicos e biopsicossociais.
Universidades com cursos na área de envelhecimento
Várias universidades oferecem hoje cursos relacionados com o envelhecimento, entre elas destacamos algumas:
- Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP);
– Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS);
– Pontíficia Universidade Católica do Rio Grande do Sul;
– Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ);
– Universidade Federal da Bahia (UFBA);
– Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG);
– Universidade Federal Fluminense (UFF);
– Universidade de São Paulo (USP);
– Universidade Federal do Ceará;
– Universidade Católica de Brasília (UcB);
Remuneração
A remuneração vai depender de vários fatores, se for na área da docência, cada instituição tem o seu valor da hora/aula; se for em clínica pode ser que ela atenda pacientes de convênio ou apenas particular; caso seja um atendimento em domicílio o valor também será outro. Portanto, cada local apresenta um valor. O interessante é o profissional verificar o seu honorário de acordo com o seu conselho regional. No caso da fisioterapia é o CREFITO (Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional).
Como está o mercado de trabalho?
O mercado de trabalho está em ampla expansão, por dois motivos: o número de idosos está aumentando, a perspectiva para 2050 é que para cada 3 pessoas da população, 1 seja idosa, o que vai equivaler ao dobro de idosos que temos hoje; e o outro fato é a falta de profissionais qualificados para atender esta população. Esta escassez aumenta a demanda por profissionais mais qualificados.
O que eu considero fundamental nesta área é a pessoa gostar de idosos, ter paciência, sensibilidade, delicadeza para lidar com eles…, pois é a faixa etária com a maior diversidade. Ou seja, dentre a população idosa podemos encontrar idosos de todos os tipos, e cada um com suas particularidades do processo do envelhecimento. O profissional, sabendo disto, certamente saberá melhor tratá-los, sem preconceitos e estigmas, mas com o cuidado que se deve ter com o outro.
Fonte:http://www.cuidardeidosos.com.br/

Em 2020: 4,5 milhões de idosos serão dependentes



O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) estima que cerca de 4,5 milhões de idosos -1,3 milhão a mais do que em 2008 - terão dificuldades para exercer as atividades da vida diária nos próximos dez anos. Desse total, 62,7% são do sexo feminino.
Os dados estão no livro Cuidados de Longa Duração para a População Idosa: Um Novo Risco Social a Ser Assumido?, que o Ipea lançou nessa quinta-feira (16), no Rio de Janeiro. O estudo foi organizado pelacoordenadora da área de População e Cidadania do Ipea, Ana Amélia Camarano, e foi tema da mesa-redondaCuidados para a População Idosa: De Quem é a Responsabilidade?
Para Camarano, mesmo que a proporção de idosos com incapacidade funcional diminua como resultado de melhorias nas condições de saúde e de vida em geral, ainda assim, muito provavelmente cerca de 3,8 milhões de idosos vão precisar de cuidados de longa duração em 2020.
Segundo ela, “é urgente pensar uma política de cuidados de longa duração para a população idosa brasileira, inclusive porque a oferta de cuidadores familiares tende a se reduzir nos próximos anos”.
Em entrevista à Agência Brasil, a coordenadora da área de População e Cidadania do Ipea disse que o objetivo do estudo é “levantar a discussão sobre de quem é, de fato, a obrigação de cuidar das pessoas idosas e se esse cuidado tem que se transformar em um risco social. A questão é se essas pessoas têm o direito ou não de ser segurado do Estado, como ocorre no caso da Previdência Social e da assistência à saúde”.
A pesquisadora do Ipea lembra que a Constituição Brasileira, a Política Nacional do Idoso e o Estatuto do Idoso responsabilizam as famílias por esses cuidados. Segundo ela, a publicação apresenta argumentos para que o Estado e a iniciativa privada assumam e dividam com as famílias essa responsabilidade. 
Segundo ela, a ausência de uma política estruturada e articulada de cuidados formais do idoso, ponto de partida para as reflexões do estudo, faz com que “hoje, a família venha a desempenhar o papel de cuidar ou descuidar de aproximadamente 3,2 milhões de idosos sem praticamente nenhum apoio, seja do Estado ou do setor privado”.
Para Camarano, a ação dos órgãos governamentais é mínima, reduzida à modalidade de abrigamento nas Instituições de Longa Permanência para Idosos (Ilpis) – os “asilos” do passado. “Esses têm origem na caridade cristã e a maioria ainda depende dela. Outras alternativas são escassas”, afirma.
“Eu acho que o Estado tem sim que assumir uma posição mais efetiva na criação de mecanismos de proteção e cuidado das pessoas idosas. Porque a capacidade de as famílias desempenharem esse papel está diminuindo ano a ano e, paralelamente, aumenta a demanda e alguém tem que assumir isso. A grande questão que se impõe é: esse é um risco social que o Estado deve assumir? Eu acho que sim, porque a perda da capacidade laborativa é um risco social decorrente da idade avançada. E o Estado já assumiu essa perda quando criou a Previdência Social e a aposentadoria por invalidez”.
O livro, diz o Ipea, parte do novo cenário demográfico (que indica (mais longevos na população brasileira), com quatro perguntas: como ficará a autonomia dos idosos para as atividades da vida diária?; a família brasileira continuará como principal cuidadora dos membros idosos?; quais as alternativas de cuidado não familiar disponíveis no Brasil?; e qual deverá ser a responsabilidade do Estado na provisão de serviços de cuidados para a população dependente?
Camarano lembra que os “asilos” são historicamente associados ao abandono familiar e à pobreza, e nessa associação está a origem do preconceito. “O livro busca desconstruir a oposição entre vida e residência em Instituições de Longa Permanência para Idosos, bem como entre “solidão” e “aconchego”.
O estudo procura mostrar ainda que a vida nessas instituições é um pedaço da vida fora delas, uma continuação do que se vive fora delas. “Não há rupturas, como se imagina. Nelas, existem namoros, encontros, desencontros, solidão, brigas, ‘barracos’, felicidades, tristezas e muitas outras emoções”.
Extraído de: http://agenciabrasil.ebc.com.br/ultimasnoticias/-/journal_content/56/19523/1123804


Nota do Editor: ATIVIDADES DE VIDA DIÁRIA (AVD) – andar sem ajuda, vertir-se sem ajuda, tomar banho sem ajuda, alimentar sem ajuda e usar o banheiro sem ajuda.

Minha esposa é muito especial



Conheci minha esposa com 16 anos, 1981. Ela era linda, aqueles olhos sorridentes , o rostinho lindo com os furinhos na bochecha, muito meiga, a carinha de menina, com um lindo corpo de mulher. Passei por os momentos mais bonitos de uma vida. A paquera, a conquista, o tremor de pedir em namoro, o tremor do primeiro beijo, a primeira vez dos dois. O toque com medo e a delicadeza, que só um grande amor sabe deste prazer.
Namoramos até os 22 anos, trabalhávamos próximos ou na mesma empresa. Nunca enjoamos um do outro, éramos só felicidade e sorrisos. Após o casamento, continuamos o lindo convívio e união para ter uma casa própria e ter filhos. Conseguimos e foi muito bonito. Aos 26 anos, tivemos nosso primeiro filho, em 1991, lindo. No dia do nascimento, eu fiquei muito feliz, mas a minha preocupação primeira foi vê-la, tinha uma saudade imensa de apenas 2 noites que fiquei sem ela.
No segundo filho, foi o mesmo sentimento. Meus filhos cresceram e sempre vivemos muito bem com o nosso enorme amor. Iamos ao cinema, praia, shopping, teatro, clube, visitava os amigos e sempre cuidamos e ajudamos toda a nossa família. Eramos muitos unidos. Em 1997, meu filho mais novo quase morreu de pneumonia e ela parou de trabalhar e passou a cuidar da casa, dos filhos e de mim. Sempre foi uma garota sempre disposta. Além da beleza, era muito trabalhadora e amorosa. Sabe aquela mulher que está sempre bonita e feliz. nuca reclamava de nada. O amor pelos filhos era incrível.
Em 1998, ela começou a ter um tremor no dedo da mão e daí em diante, começou a sentir-se cansada, começou a ficar com rigidez e mal conseguia andar, foi horrível e muito doloroso. Eu chorava sozinho, como uma criança, pedindo a Deus que a livre desta doença. Fomos no HC-SP e fizemos vários exames e nada. Até que no final de 1999, um médico neurologista de Jundiaí falou para nós: “Você está com sintomas de Parkinson, toma este remédio (prolopa) para testar e veremos se volta os movimentos.”
Ela tinha apenas 34 anos. Foi como uma mágica, meia hora depois parecia que ela não tinha mais nada, voltou a andar normalmente, a cuidar da casa, de nós, voltou para academia e tudo mais. Mas´fomos alertados que a doença era progressiva, que no caso dela a evolução seria muito rápida, pois constou no exame uma atrofia no cerebro e que os remédios iriam causar efeitos colaterais horríveis. Realmente, foi o que aconteceu. Em 5 anos, os remédios já não faziam efeito e começou a causar confusões nela. Em 2007 ela fez uma palidotomia (cirurgia cerebral para Parkinson),  mas fomos alertados que no caso dela, a melhora seria possível ou não de acontecer. Não aconteceu.
Hoje, passados 11 anos, ela está muito confusa, não anda, não come sozinha, não fala direito e tem delírios, usa fraldas a noite, entre outras dificuldades. Ela é incrível, com todo esta doença está sempre sorrindo e feliz. Pergunto a ela você está feliz? Ela responde: “Claro, eu sempre estou contente e feliz, tenho você e meus filhos, quero apenas que cuide de mim e me ame.”
Quando vejo os filmes e fotos de quando ela era saudável, sinto uma falta imensa dos cuidados e carinhos que ela nos dava. Ela (45 anos) ainda está muito bonita de corpo e rosto, mas já está com demência. Cuidamos dela com muito carinho e atenção, levamos ela aonde é possível respeitando as limitações. A dor de saber que ela ainda vai piorar é muito grande. Às vezes, acho que vou infartar de tanta dor no peito.
Hoje sei que mudei muito e que preciso me preparar para todas a situações da vida. Gosto de jogar futebol, nadar, correr, ver filmes e passear. Este último já não faço a muito tempo, não consigo sair, me sinto mal por não poder levá-la. Peço a Deus todos os dias para que não  adeixe piorar mais. Não sou religioso. Muitas vezes, dá vontade de ir para bem longe, para não ver ela sofrer tanto. Um dia este sofrimento vai passar, espero conseguir sobreviver. Que Deus cuide muito bem dela, pois ela é mais que especial. Eu nunca vou abandonar o amor de toda minha vida.
Aos que passam por situação semelhante, peço força, paz e disposição. Feliz 2011!
Judivaldo Rodrigues – E-mail:   judivaldo.rodrigues@alpino.com.br
Fonte: http://www.cuidardeidosos.com.br/

Benefícios da atividade física para a terceira idade




Dentre as sugestões de hábitos para se envelhecer com saúde, a recomendação para a realização da atividade física regular é uma das primeiras indicadas.
Para isto o idoso precisa ser muito bem orientado por um profissional, seja ele da área da fisioterapia, educação física, medicina, ou de outra profissão, mas o fundamental é o idoso receber as orientações adequadas, vindas de um profissional qualificado e seguir o que lhe for dito.
E em se tratando deste assunto – atividade física para a terceira idade – algumas dúvidas podem surgir, tais como:
1-Como a atividade física melhora a saúde do idoso? Quais são os benefícios?
Resp: A atividade física ajuda a melhorar a saúde do idoso, por todos os benefícios que ela proporciona, tais como:
- ajuda a prevenir muitas doenças como o infarto, AVC, doenças vasculares (TVP – tromboembolismo pulmonar, trombose) por melhorar a vascularização e funcionamento de veias e artérias;
- por conta disto melhora o condicionamento cardio-respiratório, o que vai proporcionar maior disposição para o idoso sair de casa, fazer realizar suas atividades diárias;
- melhora a flexibilidade, resistência e fortalecimento muscular, o que vai ajudar na melhora do equilíbrio, já que a questão das quedas nesta faixa etária é um fator de risco (atualmente a 6ª causa de morte entre idosos);
- melhora da lubrificação das articulações/ tendões/ligamentos, o que faz com que o sistema osteomuscular, fique mais fortalecido, prevenindo assim as doenças como -artrose, osteoporose;
- todos estes benefícios podem propiciar uma melhora no estado geral, uma diminuição no uso de medicamentos, melhora na vitalidade, disposição, auto-estima, enfim um aumento no estado de bem-estar e felicidade.
- além de melhorar a interação social, pois para realizar a atividade física, o idoso tem que sair de casa, interagir com as pessoas, o que evita que ele se isole e isto fortalece as suas redes sociais (amigos, vizinhos, familiares), os quais podem ajudá-lo em um momento de urgência;
- e um outro benefício do exercício físico é a melhora na cognição (memória, atenção, concentração), pois “tudo que faz bem ao coração, faz bem ao cérebro”
2-O que fazer no caso de um idoso sedentário?
Resp: Antes de iniciar o exercício físico é importante o idoso ir ao médico e fazer uma consulta para verificar se as suas condições cardiorrespiratórias estão ideias para o início da atividade (ideal o cardiologista) e também o ortopedia para verificar as condições osteomusculares, ou o geriatra (área médica especializada no idoso). Após o médico autorizar a realização do exercício físico, aí a escolha da modalidade fica a critério do idoso, sendo que a atividade precisa ser prazerosa, como uma atividade de lazer e não como se fosse uma obrigação.
3-A fisioterapia poderá ser indicada?
Resp: Caso o idoso tenha passado por algum trauma ou tenha algum comprometimento músculo-esquelético, muitas vezes, ele será indicado a realizar primeiro algumas sessões de fisioterapia e posteriormente uma atividade física regular, com um profissional da educação física, seja na por meio do atendimento individual com um personal trainer ou na academia.
4-O que a fisioterapia poderá ajudar?
Resp: A fisioterapia poderá ajudar a restabelecer o equilíbrio músculo-esquelético, através de exercícios de equilíbrio, alongamento e fortalecimento muscular; melhorar o condicionamento cárdio-respiratório, o que vai ajudar o idoso a fazer suas atividades do dia-a-dia sem se cansar com facilidade; a fisioterapia também pode melhorar a adaptação do idoso para realizar suas atividades diárias e para prevenir possíveis quedas.
Por todos estes benefícios precisamos reservar no nosso dia, um tempinho para a realização de uma atividade física, para que possamos envelhecer com saúde, independente da faixa etária em que estivermos.
E os profissionais que se afinizarem com esta área do envelhecimento, precisam se qualificar cada vez mais para saberem orientar uma atividade física adequada para cada idoso e motivá-los a fim de que eles realizem esta atividade com regularidade e de forma prazerosa, pois assim poderão se prevenir das doenças próprias do envelhecimento e terem uma longevidade mais produtiva.
Fonte:http://www.cuidardeidosos.com.br/

Envelhecimento e dependência



No que diz respeito a envelhecer, acredito que muitas pessoas compartilham um medo em comum: do avanço da idade trazer consigo a dependência.
Para pensar um pouco mais neste tema, precisamos definir sucintamente alguns conceitos. A independência fica compreendida como a capacidade de ir e vir, realizar atividades sem a ajuda de terceiros. Já por autonomia entende-se a habilidade de controlar, lidar e tomar decisões pessoais sobre como se deve viver diariamente. A autonomia e a independência são duas esferas importantíssimas na vida do adulto. Precisamos também pensar em duas situações de dependência: o idoso com bom estado geral de saúde, mas dependente devido a problemas cognitivos (como a Doença de Alzheimer, que compromete seu modo de pensar, agir, tomar decisões, sua linguagem, dentre outros domínios); e o idoso com estado cognitivo preservado e problemas de saúde incapacitantes (lúcido, porém com doenças orgânicas que o fazem necessitar da ajuda de terceiros). A partir dessas definições, iniciaremos nossa discussão sobre o idoso que, a uma certa altura da vida, perde permanente ou temporariamente sua independência e sua autonomia, porém, permanece lúcido, tendo consciência de tudo o que está acontecendo consigo e ao seu redor.
Tenho pensado nesta situação há aproximadamente um mês. Recuperando-me de uma cirurgia, vejo-me diariamente com minha independência bastante comprometida. Muitas vezes até minha autonomia é afetada, já que conto com a ajuda de outras pessoas para ir e vir, preciso antes saber se alguém pode me levar a algum lugar para só depois dar a resposta se posso ou não assumir determinado compromisso ou aceitar um convite. Conto os dias para este período passar, porém tenho a garantia de que em pouco tempo tudo voltará à realidade, mas o que passa na cabeça do idoso que não tem perspectivas de se restabelecer?
Nesses momentos que paramos para pensar e damos valor às coisas mais simples que fazemos no dia-a-dia, porém que fazem uma grande diferença para o nosso bem-estar: pegar um copo de água na geladeira, cortar a própria comida no prato, mudar de posição enquanto deitados, tomar banho, dirigir, sair, coçar as costas, trabalhar, pentear os cabelos, escrever, pegar um objeto nas mãos, dentre outras coisas que nos tornam independentes e que passam despercebidas.
Uma situação de dependência muda drasticamente a rotina da pessoa que passa pelo problema e daquelas ao seu redor. Passa a ser necessária a ajuda de alguém para realizar tarefas simples, como estas descritas no parágrafo anterior. O idoso que foi independente por toda a sua vida tem muita dificuldade para se adaptar a esta nova realidade. Além de lidar com o fantasma da dependência, lida também com sentimentos de vergonha, com o preconceito de muitos de consideram velhice como sinônimo de incapacidade, com seus próprios sentimentos de não ser mais capaz, com uma baixa auto-estima, com o constrangimento de “incomodar” os outros, dentre outros sentimentos relacionados à situação na qual ele se encontra. Quando o cuidador demonstra-se pouco disponível, cansado, ou quando há jogo de empurra para quem irá ajudar, o idoso tende a se sentir ainda pior, triste, depressivo e constrangido.
O idoso dependente que outrora tinha uma boa rede social agora passa a ter dificuldades em procurar seus amigos. Infelizmente nesta hora alguns amigos desaparecem, o que piora ainda mais o estado geral do idoso: dependente de outras pessoas, doente, em algumas vezes com dor, limitado, e sem amigos para conversar. Ninguém quer correr o risco e corresponder ao estigma de idoso inválido, dependente, abandonado e, pior de tudo, lúcido, tendo total consciência da triste realidade que o cerca. E nós, o que podemos fazer para minimizar o sofrimento dos idosos nesta situação?
Fonte:http://www.cuidardeidosos.com.br/

Idosos tomam remédios inadequados



A cada cem idosos que tomam remédios regularmente, 44 seguem receitas com medicamentos considerados inadequados para eles. É o que diz estudo do farmacêutico André de Oliveira Baldon feito para a Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto da USP. Ele ouviu mil idosos atendidos pelo SUS e analisou receitas de novembro de 2008 a maio de 2009, em Ribeirão Preto, interior de SP.
O número é muito maior do que o constatado em países como a Itália, onde 26% dos idosos não internados tomam medicamentos inadequados, e EUA (10%). A pesquisa mostra que a falta de conhecimento do médico ou farmacêutico e a lista restrita de opções de medicamentos são as principais causas do problema.
A lista de remédios em hospitais e postos que atendem pelo SUS é muito restrita, diz Baldoni. Assim, os médicos prescrevem o disponível, sem observar se pode ou não ser usado por idoso. Um antialérgico, por exemplo, pode aumentar a sonolência no paciente. Estudos provam que essa reação aumenta o risco de queda e fratura óssea. O ideal seria prescrever um antialérgico de segunda geração, menos forte, raramente encontrado no SUS.
O levantamento mostrou ainda que 30,9% dos idosos tomam remédios por conta própria; 37,1% não usam os remédios conforme prescritos e 46,2% relatam reações adversas aos medicamentos.
INTERNADOS
A situação é mais grave quando se trata de idosos internados, mostra estudo feito três anos atrás pela farmacêutica Juliana Locatelli, especialista em gerontologia do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. Entre os 155 idosos entrevistados, foram identificadas quatro interações medicamentosas para cada paciente (quando o uso de vários remédios causa risco). O efeito mais observado foi o aumento de risco de hemorragia.
“O tratamento com idosos deve ser diferenciado. As doses devem sempre começar em quantidades mais baixas. O organismo dessas pessoas pode ser mais debilitado e cada um reage de uma maneira aos remédios”, diz Locatelli.
O objetivo do estudo, segundo ela, foi comparar a realidade com outros países. “É uma tendência que haja esse número elevado entre internados. Temos perspectivas de colocar em prática ações para melhorar a situação, mas ainda não foi feito.”
Outro trabalho de 2007, na Santa Casa de SP, mostrou que 41% dos idosos tomam drogas inadequadas ou em doses excessivas. Segundo o estudo da USP, 16,3% dos que retiraram remédios pelo SUS não recebem orientação sobre uso.
Extraído de: http://www.24horasnews.com.br/index.php?mat=358555

Lidando com o paciente terminal



A morte não acomete apenas idosos. Isto é fato. Mas em muitos casos, na melhor das hipóteses, ela ameaça fazer sua visita indesejada já em idade avançada. Entende-se por paciente terminal aquele que se encontra num estado grave de doença para a qual não é mais possível pensar em cura e cuja evolução caminha para a morte.
É extremamente difícil para familiares, cuidadores e mesmo para os profissionais de saúde lidar com estes pacientes. Alguns fatores dificultam a comunicação entre o doente terminal e as demais pessoas, o que pode gerar ainda mais sentimentos de tristeza e angústia de ambas as partes, os quais serão mais explorados a seguir.
Lidar com um paciente terminal faz aflorar uma série de sentimentos, além de ser um fator responsável pela desestruturação emocional daquele que tem contato com paciente. A pessoa que acompanha o paciente terminal vive de perto a iminência de morte daquela pessoa querida e as conseqüências que isso pode acarretar – como, por exemplo, a dor da perda, o sentimento de abandono, o medo de futuramente padecer do mesmo mal, a insegurança diante de uma nova realidade financeira (visto que muitas famílias contam prioritariamente com a renda do idoso doente para a sua subsistência). Toda esta situação pode deixar o cuidador triste, choroso, irritado e ansioso, o que afeta negativamente na relação dele com o paciente, justo no momento em que este precisa de atenção e acolhimento em sua dor.
Alguns familiares, mesmo que de modo inconsciente, adotam uma postura de afastamento do idoso doente. Normalmente ele sente medo de se envolver ainda mais naquele momento difícil e de sofrer mais com o fim inevitável cada vez mais próximo. Infelizmente ele se esquece de que, com esta postura, está abrindo mão de passar seus últimos momentos perto daquele que tanto ama, o que pode, após o óbito, ser motivo do surgimento de sentimentos de culpa, de arrependimento e depressão.
Partindo da sabedoria popular de que “quando alguma coisa está dando errado sempre surge algo a piorar”, infelizmente a doença terminal do idoso costuma vir acompanhada dos conflitos familiares. A família fica diretamente afetada pela doença do idoso, principalmente quando a patologia já o acompanhar há muitos anos (como nas doenças crônicas como, por exemplo, a Doença de Alzheimer), além disso emergem readaptações na vida dos familiares para se adequarem à realidade do idoso, o que acaba prejudicando mais alguns que outros. Estas diferenças são ainda mais exacerbadas quando a família é desunida, quando há poucas pessoas para cuidar ou quando o idoso doente não foi bom pai ou boa mãe anteriormente, e são suficientes para afastar ainda mais a família, gerar inimizades e deixar o idoso terminal ainda mais deprimido.
Em relação ao paciente idoso terminal, é possível dividir dos grupos: aqueles que sabem de sua real condição e os que não têm conhecimento de seu estado de saúde.
Os idosos que têm conhecimento de sua condição de terminalidade vivenciam algumas alterações descritas pela psiquiatra Elisabet Kübler-Ross como os cinco estágios de conciliação com a morte. Sabe-se que nem todos os pacientes vivenciam estes estágios e eles não precisam acontecer necessariamente nesta ordem, mas são eles: negação, raiva, barganha por mais tempo, depressão e aceitação. Estes estágios serão detalhadamente descritos num próximo artigo, mas, de maneira geral, pode-se entender que o paciente terminal, antes de aceitar sua condição, enfrenta uma ferrenha batalha interna, o que altera seu estado de humor, dificultando também as relações interpessoais com as pessoas ao seu redor. O sofrimento é intenso tanto da parte do idoso, quanto da parte daqueles ao seu redor.
Já no segundo grupo, há duas subdivisões: idosos lúcidos, que não conhecem seu diagnóstico por opção do médico ou da família e idosos portadores de demência, que não se dão conta do que está acontecendo. Em linhas gerais, estes sofrem menos do que os que se davam conta do que estava acontecendo, mas em ambos os casos a família sofre a mesma dor de perder alguém querido. Os idosos lúcidos podem não saber seu diagnóstico real, mas desconfiar de que algo grave está acontecendo. Nestes casos, se a família e os médicos optam por não revelar a eles o real diagnóstico, devem tomar o cuidado de não deixar transparecer nada ao idoso, o que pode ser um problema a mais para a família, que em muitos momentos pode ter dificuldades em não revelar certas emoções que a angustiam em tempo integral. Já os idosos portadores de demência em estágio avançado não se dão conta de seu real estado, mas mesmo assim é importante que a família evite ter reações de muito choro, desespero ou desentendimentos familiares na presença do idoso, pois estas reações emocionais podem deixá-lo mais abalado.
Com tudo isto em vista, seguem algumas dicas para os familiares e profissionais que lidam com um idoso em estado terminal:
  • Entenda a situação difícil que o idoso está passando e respeite seu estado de humor diferenciado, que muitas vezes pode irritar familiares. Respeite sua agressividade, sua dor física e psíquica, sua tristeza, seu silêncio e seus medos. Não o force a se mostrar forte, em certos momentos isso realmente não é possível.
  • Fale menos e ouça mais. Muitas vezes comentários irreais como “como você melhorou!” ou “hoje mesmo você sai do hospital” podem não ser legais, pois o idoso sabe que aquilo não é verdade. Respeite quando o idoso quiser ficar quieto e ouça o que ele tem a dizer. Às vezes, quando o idoso fala sobre sua própria morte o cuidador se angustia e corta o assunto do idoso, o que não é benéfico para ele. Por mais difícil que seja ouvir esses assuntos, deixe-o falar sobre sua situação e seus medos, esta é uma necessidade do paciente terminal.
  • Evite ao máximo discussões desnecessárias com a família. Já existe um sério problema a ser enfrentado – o estado de saúde grave do idoso – por isso, não vale à pena despender energia em outros estressores. Quando se deparar com uma situação de conflito com outros parentes, evite bater de frente e alimentar a discussão. Conversas são importantes, porém em momentos mais apropriados.
  • Evite chorar, gritar e demonstrar desespero na frente do idoso. Independente de seu estado geral, ele pode perceber aquilo e se sentir ainda pior por ver seu ente querido sofrendo por causa dele.
  • Este não é o momento para discutir divisão de bens. Ao menos que o idoso decida fazer um testamento, espere para resolver isso depois de sua morte. O idoso que se separa com essas situações pode sentir que a família está mais preocupada com os bens que com ele mesmo, e que só estão esperando que ele morra para usufruir de suas coisas.
  • Incentive os familiares a ficarem próximos do idoso, neste momento ele quer se sentir acolhido por aqueles que ama. Muitos pacientes terminais também têm o desejo de se reconciliar com pessoas pelas quais guardava alguma mágoa, caso esta seja a sua vontade, auxilie-o para que consiga realizar suas últimas vontades.
  • Para que o cuidador consiga dar suporte prático e emocional ao idoso terminal, ele precisa receber apoio e amparo e outras pessoas, sejam familiares, amigos ou profissionais. Não hesite em pedir e aceitar a ajuda de outras pessoas.
  • Na medida do possível, respeite as vontades do paciente terminal. Converse com o médico sobre cuidados paliativos e qualidade de vida, peça que o mesmo avalie questões acerca de sua permanência em sua própria casa e sobre sua alimentação, isto pode deixá-lo mais feliz em seu final de vida.
  Fonte: http://www.cuidardeidosos.com.br/